O POETA É UMA FEIA CRIANÇA
O poeta é uma feia criança
babando em sapatos italianos
ou isso
ou a melodia constante
de seus próprios ossos.
Velhas senhoras
erguem seus vestidos
enquanto o corpo desliza
para dentro de suas pantufas
O cobrador é um robô-anão
com o maxilar quebrado
e um cifrão no fundo de sua língua,
FEIO QUE DÓI!
Minha tormenta sobe
tal qual uma enchente
pelas paredes do esôfago
e o olho de Camões
quase sempre perde-se repicando
entre a poeira do motor
Descerei do ônibus
assim que as árvores resolverem
fixar suas raízes no seio
da lataria
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