segunda-feira, 14 de junho de 2010

Inflação

Parem com o consumo
não se esgotem!
não comam!
não bebam!
não amem!
não consumam!
não fumem!
não escutem!
minha gente, não transem
Não olhem a televisão
Não vivam,
Não enxerguem em vocês monstros
Com dentes grandes e afiados,
Loucos por vísceras e coca-cola.
Não passem a língua nos dedos sujos
Nem esperem a migalhas do amor alheio
Embebedam-se com o sumo forte
Sangue fino de suas veias.
Juros inflacionarão os corações solitários,
Fará nosso dinheiro suado valer menos
Não teremos mais para limpar nossas bundas
Encher nossos nariz de sonhos
Saciar nossa falta de si mesmos.
Prometam ao bispo,
A puta da esquina,
Que não terão nosso dízimo
Diga ao governo que o produto interno bruto será fumado
E nossos pulmões serão apenas árvores velhas e sem raízes.
Não consumam.
LUÍS GUSTAVO DE OLIVEIRA

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