terça-feira, 6 de julho de 2010

EU QUE ME VEJO

Eu que me vejo
Eu que me toco
Eu, sempre eu,
mas menos eu do que os outros são os outros
Louco, no interior de uma garrafa perambulando à beira-mar
A juventude plenamente santa
A eternidade divinamente intacta
e cheia de constância
Eu, um par de décadas de vida
Lenço de suor em tempestade de areia
Uma elegia entre altares e traves
de pura e negra maquinaria
Quando tudo é como estar no universo de uma praça de pombos
é como beijar o interior de meu próprio corpo
enquanto admiro toda a nudez nos espelhos.

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